domingo, 14 de dezembro de 2008

Papo de Boteco - Com Jurandir Filho e Mauricio Saldanha - Parte III

Chegamos a parte III da genial entrevista concedida a Luiz Modesti por Jurandir Filho e Mau Saldanha do Rapaduracast. Agora só faltam 2 partes p/ postar.


Links dos sites comentados:

Portal Cinema com Rapadura

http://www.cinemacomrapadura.com.br

Quadrinhofilia - Blog do ilustrador José Aguiar

http://joseaguiar.com.br/blog/

Rapaduracast - o podcast do Portal Cinema com Rapadura

http://www.cinemacomrapadura.com.br/blog/category/rapaduracast/

Cabine Celular

http://www.cinemacomrapadura.com.br/blog/category/cabine-celular/

conga na boca do cachorrão - Parte III e IV

3


dois cara se pegano perto da pia, uma gordinha no meio deles, alisa o pau de um, o otro aperta os bico das teta dela, nem me liga. entro num cubículo, o pau começa a mijá antes de abri a calça, o primero jorro pega pela metade, foi quase. diabo de nóia. espremo a cabeça, pinga um pingo grosso, baba de porra, chicoteio a pica e o pingo gruda na parede, saio fora. a gordinha leva por trás e bola gato no otro, lavo a mão na pia mais longe, lavo a cara, passo água na nuca, enxugo na calça pra disfarçá o jorro. olho vermelho, arroto sortido de cana. um cigarro.

4


porra de musiquinha de paquito, mais alta, a dona dança do lado da mesa. chego, ela tá chumbada, segura minha cintura, esfrega a xana no meu joelho, é mais baxa, vira de costa e se encocha, o pau emborracha, levanta os braço, rebola, perfume bom. de trás vem alguém, aperta as teta dela, ela olha e ri, um viado pela-saco do caralho cum voz de pato, se folgá desosso. ela dá risadinha, o pato também, dá bejinho, que nem minininha de escola, ela senta e convida o pato, me apresenta, o pato dá a mão mole, parece um bicho morto, olha pra ela de canto, dá risadinha, todo mundo dá risadinha. ela diz que o pato corta o cabelo dela, se despede. cai fora, viado pela-saco do caralho. ela ergue a mão, o ninja volta, vira e volta, dois copo, vai meu vale todo na brincadera, tomara que compense e role as pedra da preta. ela acende o cigarro cumprido, gospe de novo a fumaça de lado, segura o cigarro que nem passarin, passarin rolinha de olho vermelho, a fumaça cara de cavera, encosto nessa mina, o alvará dela venceu. cigarro aceso, ela olha, passa o tino, será que saca o naipe, nem é coroa, pió é que emborracha o pau, só o primero gole dessa porra presta, depois fica aguado. ela tá calada, séria, nem ri, será que foi o pato? diz algua coisa, a voz dela tá pastosa, tá cum cinza cumprida, dô um gole fundo pra faz valê o deizão, ela deixa o copo intero, nem toca, pega a bolsinha na cadera, faz sinal pro ninja, cochicha no ovido dele, dá risada. pego o copo dela, dô um gole, parece nesaldina, seco, bate que nem martelo, bom, lá no fundo. tá quente aqui, porra de musiquinha alta de paquito. sai saindo, digo que quero pagá a conta, dinhero dos vale, as pedra da preta, o dinhero do megadete, caminho lento, pé de porco, ela gruda de lado, segura a cintura, os viado pela-saco do caralho cum voz de pato continua de risadinha. a luz da entrada é forte, a porta fecha, parece porta de faroeste, pra lá e pra cá, ela pega o papel das bebida, fala alguma coisa pro negão da entrada, o cara é grande, mas é lento, dava pra corrê, pisante de borracha eu, ele de sapato, ficava coa grana das pedra da preta, de megadete, se bobiá é martelo bem dado, rabo de arraia. ele dá pra ela uns papelzinho colorido, ela dá risada, o negão me olha no olho, manja a minha, balança a cabeça, balanço na minha, deve tê dado o pino pra tá aqui, mais gordo que forte, martelo bem dado é pá bola, já era, já elvis, que nem dizia cachorrão. viva! ela gritava, esperano por mim do lado de fora.

Por William Teca

Continua

Papo de Boteco - Com Jurandir Filho e Mauricio Saldanha - Parte II





Eeeeeeeeestamos de voooltaa! Ta ai a segunda parte do nósso videocast com Jurandir Filho e Mau Saldanha. Em breve postarei as próximas partes.
Enquanto isso, curtam ai.




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Quadrinhofilia - Blog do ilustrador José Aguiar

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Rapaduracast - o podcast do Portal Cinema com Rapadura

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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Papo de Boteco - Com Jurandir Filho e Mauricio Saldanha


Finalmente a estréia do nosso videocast! Aleluia!!!!!! E não poderia ser com convidados melhores. Jurandir Filho e Maurício Saldanha do Rapaduracast, o melhor podcast sobre cinema do Brasil. Foi um papo muito bacana sobre essa nova mídia que está em franca expansão e, é claro, sobre cinema. É claro que um papo como esse foi bem grande, então a entrevista está dividida. Curtam a 1º parte e assim que estiverem prontas eu vou postando as outras partes.





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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

conga na boca do cachorrão - Parte II

2


é, musiquinha do lado de fora, tutituti, coisa de paquito. otro blequeleibou, um cigarro, é, ué, o carinha do bar já encheu o copo e dexô no balcão, num pedi, tá noiado o viado pela-saco do caralho? o boiola tá a fim de mim, aí, viado pela-saco do caralho. voz de pato, a moça ali que pagô, aponta cum sinal de cabeça, olho a mina, polaca, caju-piranha, dona bem vestida, tomara que num seja larga, vai valê as pedra da preta, a grana de megadete, penso na preta, entra dobrado se preciso. chego perto, carrego o copo, cigarro aceso no canto da boca, olho meio fechado de arder a fumaça, me manda eu sentá. voz de mulé fina, diria cachorrão, unha feita, dente bonito, naipe que tem grana, naipe de mulé que dorme de dia, a grana das pedra da preta, a grana de megadete, se for pra casa dela inda rola uma cachanga. diz o nome, abre a boquinha bem devagá, l-e-n-a, lena. pergunta meu nome. cachorrão disse pra dizê o nome errado, também era pra inventá um nome de rico, as mulé saca o naipe dos cara pelo nome, cachorrão sabia das coisa, tava comendo a coroa rica e a filha dela, se fosse o caso dizia a verdade depois, cachorrão ajudô a escolhê o nome, tinha que sê nome de rico, pensava em maicou, mas era nome de pobre, dizia cachorrão, que sabia das coisa, bernardo era milhó, nome de rico. sentá de frente, num colocá as mão em volta do copo, costume de cadeia, senão te metem a mão no prato. pergunta o que que eu tô bebendo, pagô agora, agora qué bebê, que beba. dente bonito, entorta a boquinha de lado pra guspi a fumaça do cigarro cumprido, dá risada, boquinha boa, vermelha, toma um gole do meu copo, faz careta, diz que é muito forte, mais forte dona. oferece o copo dela e pergunta qualqué coisa, puxa papo. mulé perguntadera mia, inda por cima fala de jeito esquisito, fala por escrito, diria cachorrão, mas tem tino, naipe de peito pêra, biquinho rosado e pequeno, güenta poco, aí é bom, eu desconverso e vô pra preta, mas tem que vê as pedra, a grana de megadete, a preta é bico preto, isso em mulé é bom, num é fresca, num desatina e escorrega de lado, num tem que ficá prensano em parede mijada. pergunta o que faço, sei lá, invento história, cheguei agora, vim vê qualé, se dé fico, muito velho pra bolero, vontade era dizê pedrero dona, pau de cavalo, que é o que tu qué, mas num dá. que diria cachorrão? pió que num vem nada, adivinha dona, me popa o guspe, balanço a cabeça, denuncio, desvirtuo, rio de lado, bebo um gole, tá aguado, a musiquinha mais alta, ela diz uma coisa que num entendo, rio de novo, balanço a cabeça. ergue o dedo, vem o magro todo de preto, parece ninja da televisão, dos filme de luta, gente brocha esses japa, vira rabo de arraia, martelo é pá bola, já era, já elvis, que nem dizia cachorrão. o magro volta, traz bandeja, dois copo, o meu e o dela, ela ri, só ri e faz pergunta essa dona. qué fazê tintim, diz alguma coisa, senta na cadera mais perto. tenho que mijá, dô um gole, só o primero gole dessa porra presta. ela diz de novo, chego perto pra dizê que num ovi, perfume, chero de mulé, chero bom, grã-fina, põe a mão na minha perna, abre a boquinha de risada, tá a fim. será? cachorrão disse que num era pra galinhá, só i se fosse na boa, era pra esperá o sinal. que porra de sinal? preciso mijá, digo pra dona, ela chega perto, vô falá, ela cola a boquinha quente na minha, língua macia, doce, encosta o corpo, passa de leve as unha em cima do pau, endurece o bicho, tá torto na calça, cresce de lado, ela dá risada, desgruda pega o copo e bebe rindo. bateu agora, esse tal de blequeleibou num é fraco, pensa se num fosse aguado, milhó mijá. ergo, o pau tá duro, ela ri, no balcão os pato ri, todo mundo ri. milhó mijá, onde é a privada? milhó i de leve, chapô a quina, a quininha de cachorrão pra dá balão bom antes de caí na naiti.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

conga na boca do cachorrão

1

isso tá aguado! ô rapá, me dá otro! magro suspeito, anda rebolano, parece mulé, desse não, do otro rapá, druris é pra otário, põe mais um poco rapá, faz rendê meu deizão, aí tá bom, qué me vê cuzido? só o primero gole dessa porra presta, depois fica aguado. esse otro ali no balcão também parece mulé, saca o jeito que ri quano fala, sei não, olha, tomano martini, bebida di mulé, pió que o cara do balcão nem marca o que ele bebe, pió ainda é quem num saca o naipe dessas bicha e cai na conversa, viadarada pela-saco do caralho! tipo assim num si cria lá na vila, num si cria, tem é que xingá. viado! e dá na cara, surra de sabonete febo enrolado em toalha, pra aprendê. diabo! cachorrão disse que esse lugá era manero, mais só tem viado. cachorrão disse que tinha umas coroa aqui, num gosto de mulé velha é muito larguifunda. ô viado pela-saco do caralho, tá olhano o quê? mais cachorrão disse que elas dava dinhero. o que que esse viado pela-saco do caralho tá olhano? isso de home querê home é nojento, escroto, que nem diz cachorrão, bom é a forquilha, o risco, a xana, a bucinha, a xoxota, a ostra, a chavasca, a mudinha, a pomba, até de chero. é bom vê elas de lado coa perna dobrada, a barriga que nem corda, rato novo. a preta é boa purisso, é apertada e güenta vara, branca polaca mia. viado pela-saco do caralho, risadinha e olho de canto, reloginho bonito, tem grana, podia dá o pino depois, bicha bêbada é mole, chora, ai meu deus moço! é, mijá, isso tá aguado, era melhó tomá caninha, mas cachorrão disse que num era pra tomá qualqué coisa que as mulé fica di bizu, e o bafo enjoa elas, era pra pedi blequeleibou, cum gelo, quem bebe puro é cuzido, pió ainda é gasta dinhero coesses cigarro caro, mais cachorrão disse que num dava pra ficá de cigarro vagabundo na boca, cachorrão disse, mais forte num fica cum cigarro vagabundo na boca, lá o negócio é camisa por dentro das calça, cabelo pentchado cum chero de neutroques, compra desodorante áquis que tem chero de home, mulé gosta de chero de home, mas suó tem que tê na hora de trepá, quano cê sobe nelas elas gosta do suvaco suado, tem umas que beja teu pé por causa do chulé, gosta de sebo de macho, é tudo cachorra que nem na música, bate na bunda delas que elas gosta, e enraba, elas finge que num quere, mas tão a fim. cachorrão sabia das coisa, arranjô uma coroa que banca ele, largô a obra, era bom de parede, foi fazê serviço fora, a coroa gamô, melhó que tinha filha, coisinha de quinze aninho, tineige, mais güenta o ferro de cachorrão, polaquinha de mucosinha rosada. come mãe e filha, ia comê as dua junta, dizia, pra velha lambê o cu dele e ele peidá na cara dela enquanto socava na filha, cachorrão sabia das coisa, preciso vê se arranjo ua coroa, pra encostá o casco, vivê junto, milhó mijá antes de pedi otro. ô véio, quidê o banhero? voz de pato, aponta pro fundo, diz algua coisa baxo, pra ovi e num ovi, fica dano risadinha co otro viado pela-saco do caralho, será que o banhero é de viado? si vié atrás desosso, preciso de ua coroa, megadete tá fulo pelas pedra, culpa daquela preta que só dava pelas pedra, mas a barriga esticada, nem preta direito num era, preta apelido, alcunha, é, só pensá nela emborracha o pau, o buraquinho quente, grelinho pequeno, grelinho grande parece pica pequena, mulé que baba pela xana, a preta era cherosa, bala de goma, suco de caju, levava gostoso. musiquinha no banhero, negócio de viado, sabonete, papel de enxugá as mão, coisa fina, mas é milhó enxugá a mão nas calça, cherinho de perfume, o otro da risadinha, voz de pato, veio mijá, acho, se olhá torto desosso.

Por William Teca

Continua

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

a eliminação da metafísica

algo surpreendente acontece com as mulheres aos 27 anos – com uma ligeira diferença para mais ou para menos – elas pura e simplesmente enlouquecem, entram em estado vulcânico, azar o seu se estiver por perto.
é sintomático: elas mudam o corte de cabelo – talvez até a cor –, começam a comprar os cosméticos anti-rugas tops de linha, se vestem de maneira diferente, passam a freqüentar o “café” da moda – onde os garçons usam aventais verdes e são jovens e atléticos – se fumam, deixam de fumar, e se não fumam passam a fumar (quase sempre carlton creme).
a princípio você vai achar isso ótimo, ela está a cada dia mais bonita, só que curiosamente passou a não trocar de roupa na sua frente e arranjou um “amigo” na internet – quase sempre um estrangeiro exótico: búlgaro, hindu ou grego – além de reencontrar “por acaso” aquele ex-colega de faculdade bem sucedido que mora no rio de janeiro.
e então “zás!” você perdeu.
de uma hora pra outra você irá materializar todas as frustrações dela e representar aquilo de melhor que ela não conseguiu conquistar e o de pior que ela conquistou: rugas e pelo menos dez quilos a mais. daí o “amigo” da internet e o ex-colega de faculdade bem sucedido serão os caras mais interessantes do mundo – os “caras legais” que a ouvem e a fazem sentir-se inteligente, e você passa a ser um tirano que exigiu dela a renúncia a tudo o que ela gostava em troca de um sexo de segunda. “você se acha bom nisso?”. “quem disse que você sabe chupar boceta?”. “seu pau é pequeno”. “a sua inteligência é mera erudição livresca”.
e o que fazer? a coisa mais terrível que pode ser dita por uma mulher não é que ela gosta de você como amigo (essa é a segunda coisa), é: “me deixe amar quem eu quiser”. anos de juras de amor serão atirados à primeira brisa, tudo justificado pela “mudança”, como se esse estado feminino a mantivesse isenta de qualquer responsabilidade com você. e o terrível é que todo mundo será compreensivo com ela e jamais com você. você é um sujeito incapaz de diálogo – mas quem disse que ela quer conversar? você a sufoca. aos poucos os seus amigos se tornaram os amigos dela, você passa a ser convidado (quando é convidado) através dela para todos os eventos e lentamente vai parecer que as idéias brilhantes que você teve não eram suas, mas meros lampejos que a convivência com uma mulher genial lhe permitiram. você vai sentir a saudável e natural vontade de matá-la, concomitantemente com a vontade de se suicidar. se agir será culpado, se não agir será omisso.
depois, tudo isso vai passar e ela voltará a ser exatamente aquilo que era, só que com a diferença de que não será você quem estará ao seu lado, e sim um dos sujeitos que “não tem defeitos” – os “caras legais”. e, enquanto você percebe que todas as canções de dor de cotovelo do mundo fazem sentido, secando barris de álcool, ela ficará mais e mais linda e tratará você com todo o sensual carinho do qual você nunca cogitou que ela fosse capaz, e o pior: vai querer que você “não seja careta” , sendo seu confidente e melhor amigo. não há saída, o gato pegou o rato.

sábado, 18 de outubro de 2008

Elegia



Em momentos assim é que a gente nota o quanto é fraco. Hoje eu recebi uma notícia que eu esperava que não viesse. Uma pessoa que só me deu carinho, atenção e amor ta seguindo o seu caminho. Na hora que a minha prima Mayra me falou que a minha tia, Josemary, não tem mais chance de vida, senti o mesmo buraco se abrindo pra me engolir que eu senti quando a minha mãe faleceu. Igualzinho.

Talvez porque a minha tia sempre foi alguém que eu amei muito, mas que por essas coisas do nosso cotidiano a gente acaba se distanciando. Talvez por medo de sentir novamente abertas feridas por demais doloridas. Covardia. A tia Josemary era muito parecida com a minha mãe. Elas sempre foram muito amigas. Foram criadas juntas por um bom tempo, então as semelhanças de personalidades eram gigantescas. Tanto ela quanto a tia Joyce sempre me trataram mais como um filho do que como um sobrinho. E da tia Josemary sempre tive muito, mas muito carinho. Mas isso não era só comigo. Ela é uma pessoa de luz, alguém incapaz de fazer alguma coisa agressiva. Ela é pura ternura. Lembro com um sorriso no rosto daquelas briguinhas de criança que eu tinha com o Fábio, meu primo, e ela apaziguando. Aquela voz rouca sempre sorrindo, sempre exalando ternura. E o que o bundão aqui fez? Isolou-se. Ficou quieto. Nenhum problema que o pai está passando serve de desculpa. Nenhum problema que estou passando por estar desempregado é desculpa. Uma pessoa que só me deu amor está partindo e eu não fui homem pra me despedir. Se o meu medo era sentir tudo o que eu senti quando a mãe se foi, tarde demais. O coração ta rasgado de um ponto a outro, não só pela perda de alguém especial, mas por vergonha também.

Tia me desculpe por não ir te dar um adeus decente. Eu só tive medo de deixar cair à máscara que eu tenho usado todos os dias p/ me mostrar forte enquanto eu nunca me refiz da morte da mãe. Me desculpe não ser alguém mais presente, mas é que a gente sempre cria novas prioridades e coloca quem realmente importa em segundo plano. A gente se deixa levar pelo ritmo do cotidiano e não para pra dar atenção a nossa própria família. Envergonho-me muito por isso.

Mas de uma coisa você pode ter certeza. A mãe ta te esperando de braços abertos, assim como o tio Chico e a minha avó. Enquanto a gente ta de luto aqui na Terra imagino o carteado e o bate-papo das duas. E assim como eu tenho certeza que a minha mãe ta sempre me ajudando, olhando por mim, me dando toques a todo o momento, me colocando mais próximo do caminho que Deus trilhou pra mim, assim será a tia Josemary pro Fabio e p/ Mayra. Ela vai ser a voz suave sussurrando nos ouvidos do tio Toninho, dando força e coragem pra ele. Fabio e Mayra acreditem vocês vão sentir o perfume da sua mãe, e uma sensação de abraço. O conforto vai vir quando vocês menos esperarem, porque vai ser a certeza que ela estará bem, e próxima de vocês. Experiência própria.

Vai com Deus, tia. A gente não vai te esquecer

Luiz Modesti

O Sedentário

Esse já é um clássico na facul. Para a matéria Discurso argumentativo/persuasivo, eu e a Tânia tínhamos de desenvolver um produto e fazer toda a campanha de marketing para ele, com propaganda em jornais e revista, outdoors, mobiliário urbano e propaganda de rádio e TV. Foi ai que eu pensei: “Revista p/ quem quer ficar em forma tem de monte, mas e quem não ta nem ai p/ isso?” Assim surgiu a revista “O Sedentário – A arte de não fazer nada.” A parte gráfica foi fácil. Primeiro eu criei a capa da revista, daí eu e a Vanessa fizemos os outdoors, a campanha impressa e o mobiliário urbano. Para a propaganda de rádio, gravei a locução da Tânia nos estúdios da facul, trouxe p/ casa e fiz a edição no audacity, utilizando “Mania de você”, da Rita Lee como BG. Faltava o comercial de TV. O que fazer? Como passar a idéia que eu queria? Só tinha uma forma. Lembrei de uma foto que o Julio tirou de mim, numa pose Homer Simpson. Como ele é o ídolo maximo dos sedentários, o objetivo a ser seguido, nada mais justo que prestar a ele essa homenagem. Ai foi só relaxar e ser eu mesmo. O resultado você vê aqui.



Isso rendeu a nota máxima no trabalho e aplausos da galera. Até agora, um semestre depois da apresentação, tenho repercussão sobre esse vídeo. Vale como registro.



Luiz Modesti

Documentário: Rock o som que faz a cabeça da galera da ESEEI

Esse vídeo não é meu, mas eu faço uma participação no final. Esse vídeo é uma realização do grande punk sobrevivente, André Luiz Rodrigues, anarco de 1º, junto de Nilson Henrique, Clayton “Doidão” da Silva, Gil Vicente, Pedro Venturini e com o professor de Tae- Kwan-do predileto das menininhas da Eseei, Anderson Luiz Santos.
Brilhante. Documentário que de tão bom não parece feito pra uma matéria da facul.
Fico agradecido pela honra de encerrar o vídeo de vocês. Fui chamado por entender de rock, mas aprendi com vocês como fazer um trabalho competente, apesar de todas as adversidades. E rock é mais que música, é alma. E vocês conseguem transmitir isso no documentário. Parabéns a todos.





Luiz Modesti

Animação Stop-Motion

Ta ai um trabalho que eu gostei de participar. Normalmente, quem me conhece há muito tempo já sabe, eu faço tudo o que é possível fazer, sozinho. Mas esse foi um aprendizado. Como é legal fazer um trabalho com pessoas competentes. Da gosto interagir com pessoas tão bacanas quanto capacitadas. A nota será apenas conseqüência. Juliano, Givago, Felipe e Pablito, parabéns a todos. Foi um privilégio trabalhar com vocês. Que venham os próximos.





http://www.youtube.com/watch?v=I5lrcK7aqV8


Luiz Modesti

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Para o Atlético





Olha só você, depois de me perder
Veja só você, que pena
Você não quis me ouvir, você não quis saber
Desfez do meu amor, que pena

Que pena, que pena amor



Hoje é você que está sofrendo amor
Hoje sou eu quem não te quer
O meu coração já tem um outro amor
Você pode fazer o que quiser



Você jogou fora o amor que eu te dei
O sonho que sonhei, isso não se faz
Você jogou fora a minha ilusão
A louca paixão é tarde demais

Que pena, que pena amor
Que pena, que pena amor

Hoje é você que está sofrendo amor
Hoje sou eu quem não te quer
O meu coração já tem um outro amor
Você pode fazer o que quiser

Você jogou fora o amor que eu te dei
O sonho que sonhei, isso não se faz
Você jogou fora a minha ilusão
A louca paixão é tarde demais

Que pena, que pena amor
Que pena, que pena amo

Luiz Modesti

Helter Skelter

Nosso objetivo inicial era apenas seguir o proposto pela professora de direção de fotografia, o estudo de luz e sombra, utilizando “action figures” (figuras de ação). Primeiramente elaboraríamos cenários e posicionaríamos os bonecos em posição de combate e, então, usando uma lanterna para a iluminação, faríamos as contraposições de luz e sombra.

Porém, partindo de uma idéia de nos colocarmos no trabalho, criamos personagens utilizando o conceito de super-heróis, para incrementar a idéia inicial do trabalho com action figures. Essas fotos seriam intercaladas com as fotos iniciais, os personagens foram criados a partir de personagens cinematográficos, sendo o de Fabio uma versão para Neo, personagem de Matrix e o de Luiz um assassino serial como Jason Voorhees. Na composição das fotos, tivemos a ajuda de Gabriel Godarth, filho do aluno Fabio, que fez a iluminação do cenário.

Durante a edição do vídeo, enquanto testávamos a ordem das fotos e qual música ficaria melhor, chegamos à música que acabou batizando nosso vídeo e definiu seu novo enredo: Helter Skelter, música presente no White Álbum dos Beatles, de 1967. Primeiramente essa música seria usada pelo seu detalhe histórico, de ser a primeira música da história no estilo 'heavy-metal'. No entanto, outro fato relacionado a essa música nos ocorreu. Apesar de ter uma letra repleta de eufemismos sexuais, Charles Manson, o fundador do grupo “hippie” que apregoava ser a encarnação de Jesus Cristo, acreditava que os Beatles falavam com ele através de suas músicas. Segundo ele, os Beatles seriam os quatro cavaleiros do apocalipse e ele lideraria a humanidade após uma grande guerra entre negros e brancos. A música Helter Skelter seria a ordem para que essa guerra começasse.

Em 9 de agosto de 1969, um grupo de seguidores de Manson invadiu a casa Cielo Drive, 10050 de Roman Polanski, em Hollywood, assassinando sua esposa Sharon — que estava grávida — e mais quatro amigos do casal. As vítimas foram baleadas, esfaqueadas e espancadas até a morte, enquanto o sangue delas fora usado para escrever mensagens nas paredes. Em uma delas foi escrito "Pigs" (porcos) Na noite seguinte, o mesmo grupo invadiu a casa de Leno e Rosemary LaBianca, matando os dois. As mensagens escritas na parede da casa com o sangue das vítimas foram "Helter Skelter", "Death to pigs" (Morte aos porcos) e "Rising" (levantando). Os assassinatos de Sharon e do casal La Bianca pela "Família Manson" ficaram conhecidos como o "Caso Tate-LaBianca".

Ele acreditava que algum negro logo seria acusado pelos assassinatos, o que faria com que os confrontos explodissem logo. Como ele e sua "família" eram brancos, planejavam esconder-se em um poço denominado por Manson como poço sem fundo, em algum lugar no deserto, assim que a suposta guerra começasse. Tendo em mente esse histórico referente a essa música, mudamos o foco do nosso trabalho.

O que seria um enredo simplório sobre personagens se tornou uma viagem ao interior de uma mente perturbada, como a do assassino Charles Manson. Utilizamos os efeitos disponíveis no programa Windows Movie Maker para alterarmos as fotos ao ponto de parecerem distorcidas como as percepções de um maníaco. Nós embarcamos nesse conceito e propomos, nesse trabalho, um exercício de criatividade e psicodelia. Bem-vindos a mente de um louco. Bem-vindos a Helter Skelter

http://www.youtube.com/watch?v=bBsucmH5eAM


Resposta de Maurício Saldanha

Galera, to de cara. Não imaginava que a minha tentativa de fazer um vídeo no formato do Cabine Celular fosse dar a repercussão que deu. Pra quem não conhece (em que mundo vc vive?) o crítico de cinema e cineasta Maurício Saldanha, de Porto Alegre, criou uma forma inteligente e inovadora de fazer suas críticas. Ele grava um vídeo dentro da sala de cinema, ao fim da seção. Brilhante, pois capta a impressão e a empolgação que ocorre no fim de um filme. Um formato inovador que ainda vai fazer história.Confere ai.

http://wordpress.com/tag/cabine-celular/

Gostei tanto do formato que, ao gravar um vídeo sobre o 3º festival de cinema brasileiro e latino do Paraná, resolvi utilizar essa fórmula. Claro, óbvio, como o formato não é meu, pedi o aval do Maurício, mas nunca esperava a resposta que tive. Da uma olhada:

Bom dia, Maurício
Meu nome é Luiz Modesti e conheci o seu trabalho no Cinema com
Rapadura. Sempre gostei dos seus comentários no Rapaduracast e isso me
levou a conhecer os seus vídeos postados no youtube. Gostei de muitos,
mas sempre achei uma ideia genial o Cabine celular. A ideia é simples,
de execução rápida e barata e que mostra o sentimento de cinéfilos
como eu ao final de um filme. É uma das formas mais viscerais de
crítica cinematográfica e deve ser divulgada cada vez mais.
Como fã, achei que a presença do grande cineasta José Mojica
Marins no 3º Festival de cinema brasileiro e latino do Paraná um
evento digno de nota do Cabine Celular, pois foi a única apresentação
do filme “A Encarnação do Demônio” em Curitiba, cidade tida como
exemplar mas que sofre pela ausência de lançamentos de filmes
alternativos e fora do circuitão blockbuster.
Decidi, la mesmo no festival, fazer essa tentativa de
colaboração com o seu programa. Sou um apaixonado por cinema e estudo
Comunicação Social - Rádio e Tv. Minha intenção não é, de forma
alguma, desrespeitar o seu trabalho e nem roubar a sua fórmula tão
interessante de trabalho.O que eu pretendo com esse vídeo e saber a
sua opinião sobre o meu trabalho e tentar colaborar, de alguma forma,
com o Cabine Celular.
Se possível, me mande a sua opinião sobre o meu vídeo. Seu
retorno é muito importante.

Muito obrigado pela sua atenção

Luiz Carlos de Modesti Jr
31 anos, Estudante de rádio e TV
Pretenso futuro cineasta
Curitiba, PR

resposta:

Luiz,

Como pretenso futuro cineasta, e estudante de rádio e TV fico impressionado e logo, emocionado, com tua atitude. Emocionado por que muitos estudantes nessa área, demoram a perceber o que é comunicação. O que tu fez não se aprende em nenhum curso. Tu é um comunicador, o curso, complemento. Como cineasta é isso que tu precisa, vontade de dizer o que pensa. De resto é exercício do olhar, e câmera na mão. Por isso, parabéns, não é futuro, é presente: Tu, um audioviusual, usando de uma ferramenta que registra exatamente isso que somos.

Quanto ao Cabine Celular, te digo que desde o começo a idéia era de incentivar que outros fizessem de suas opiniões, registros para esta grande rede chamada internet. Temos links diversos de críticas cinematográficas. Seja especialista na área, ou um cinéfilo de carteirinha, ou ambos, ou um experimentador. Mas agora, em audiovisual, pouco assistimos opiniões sobre filmes. Minha felicidade é tamanha que publico em meu blog teu email e a minha resposta, pois isso não pode ficar entre nós. Não é essa proposta de nós, comunicadores. Espalho aqui, que admiro tua atitude, e com isso, quero te incentivar que continue sempre, fazendo o que no vídeo é público e notório: comunicação visceral.

Incentive pessoalmente Curitiba ao mesmo. Incentive pela internet outros muitos ao mesmo. Que todos aí façam suas respostas ao Cabine Celular. Que todos pela rede o façam também. Sou um tarado pelo registro desse audiovisual chamado Gente.

Tua animação no vídeo me cativou, e na tuas colocações, senti teu amor pelo cinema. Isso me enche de uma maneira complicada de explicar. Obrigado por essa surpresa, e grato sou pelo teu contato, teu respeito e tua postura. Tô contigo, torcendo pelos teus projetos. Bravo.

Maurício Saldanha




Luiz Modesti

domingo, 12 de outubro de 2008

A Encarnação do Demônio e o 3º Festival de Cinema brasileiro e latino do Paraná




Sobre o festival de cinema
Acho impressionante que num festival onde só foram admiradores de cinema e atuais e futuros cineastas e não o grande público que se veja tanta falta de educação. Ninguém respeitou entradas e saídas, parecia estação tubo na hora do rush. As pessoas conversavam durante a projeção como se estivessem numa praça. Até crianças de colo levaram num filme de censura 18 anos. Uma vergonha! Entre uma cena e outra, o barulho de latas de refri e porcaritos sendo abertos como se fosse uma seção de um blockbuster qualquer sendo exibido no Mueller.
Isso com a presença de muitos cineastas de respeito vindos de outros estados, que normalmente tem Curitiba como um público modelo. Palhaçada!!!!


Sobre o filme do Mojica
O cara não perdeu a mão. Eu sempre tive uma admiração gigantesca por José Mojica Marins. Agora que eu estou estudando cinema, que eu tenho a real noção da dificuldade de fazer um filme admiro cada vez mais. Ele fez milagre com o orçamento ridículo dado a ele, mas isso já é uma marca no seu trabalho. A fotografia está soberba, como se fosse uma superprodução. A criatividade dele não tem limites, e seu cinema artesanal combina certinho com o seu jeito empírico de fazer cinema.
Ele é um cara sem a menor formação acadêmica, mas que faz cinema por amor. Da pra sentir isso. Ele se esforça e faz uma panela de canja com um único pé de galinha. Fico aqui imaginando se esse filme cai na mão de Quentin Tarantino. Ele colocaria o Eli Roth p/ correr. “A Encarnação do Demônio” é um filme muito, MAS MUUUITO melhor que “Jogos Mortais”, “O Albergue” e qualquer outra produção de pretenso terror norte americano. Enquanto os enlatados se baseiam no susto fácil e na imagem forte, “A Encarnação…” é um filme de terror absoluto, com nuances psicológicas muito bem pontuadas com imagens realmente estarrecedoras. O Zé até citou o desconforto que algumas cenas causam na platéia. A diferença é que tudo isso esta lá em função da narrativa. Nada é gratuito, mas ajuda a compor a história da busca de Josefél Zanatas. Outro ponto legal é como a trama se amarra aos dois filmes anteriores, mesmo com 42 anos de diferença. As alucinações do Zé são um deleite para os fãs antigos. Além, é claro, da presença do corcunda Bruno. Não sei se foi à direção, os se os atores estavam inspirados para fazerem o filme, mas as atuações estão muito boas. Imagino que seja a união do talento de Mojica e a vontade dos atores de trabalharem com ele, coisa que não acontecia nos primeiros filmes do cineasta.


Sobre a companhia



Tão legal quanto ir a um filme como esses com os amigos é ir com pessoas que VERDADEIRAMENTE entendem de cinema. Tive o prazer de ter isso tudo na mesma seção. Ir a esse filme na companhia do Zé, do Ivan e do Douglas foi um privilégio. Certeza de um bom papo descompromissado e de uma análise técnica. É isso que torna a nossas já famosas seções nerds um programa imperdível. A lamentar a ausência de Carlos Magno (pq estava na massagista? Pô, Carlos?), do sempre crítico e ácido Líber, da calma e bom senso de Carlos Machado e todo o conhecimento enciclopédico do Marden.
Mas os presentes transformaram o que seria apenas uma grande noite num evento memorável. Ter amigos como vocês é um privilégio. Muito obrigado Zé, Ivan e Diogo.



Pra quem quer ter o gostinho de como foi o evento, veja esse vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=LQtY01HDHFM


Pra encerrar:
Voceeeeeeeeeeeee! Voceeeeeeeeee e todos vocessss! A praga do diaaaaaaaaaaaa! Que o seu clube de coração seja administrado por um déspota, que não aceita a opinião de ninguém e só se meta em negociata e esqueça-se de contratar jogadores. E que seu time caia pra segunda divisaaaaaaaaaaaao!
Caso você não assista “A Encarnação do Demônio”, e que você não torça pro atlético, pq esse já era.


Luiz Modesti

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Esse vídeo vale a pena ver.

Salve meu povo
Hoje a postagem vai ser pequena, mas muito legal, principalmente pra quem gosta de Guitar Hero e do melhor blog de quadrinhos do Brasil, o Melhores do Mundo.



http://www.youtube.com/watch?v=x_fEfxzke5U&eurl=http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2008/09/05/mdm_tv_1_guitar_hero_de_pobre/


O maníaco do Change faz um pequeno manual de como transformar o teclado do seu computador numa guitarra de Guitar Hero. Vale a pena dar uma olhada porquê o vídeo é muito legal. Melhores do Mundo, cada vez mais fazendo valer o seu nome (link ai no lado)

Até mais




Luiz Modesti

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

NOTA DE ESCLARECIMENTO



Salve Galera
Essa é a segunda tentativa de criar o Ó Vísceras. A primeira ficou por conta do Webmaster ( a, tá!) David Xavier, o menino da mariposa no pescoço. Porém, como eu disse que essa é a segunda tentativa ja da pra imaginar o que aconteceu com a anterior. A idéia era bem antiga. Como qualquer grupo de amigos que se preza, tínhamos vontade de ter um espaço pra publicar aquele monte de histórias ridículas que se acumulam por mais de 10 anos de amizade. Também queríamos um lugar pra expressar o que estivéssemos afim, mesmo se tratando de religião, futeba e principalmente política. Só o papo sobre mulheres deve ser mais cuidadoso, pois as nossas digníssimas estão fazendo parte do nosso círculo de leitores.
Como em qualquer papo de boteco, sempre cabe o comentário dos nossos amigos. Então pode esperar a participação mais do que especial de Chris Godath,Bode, tio Bidu, Drica, Van e mais quem a gente decidir publicar.Os primeiros post são trancrições dos meus primeiros textos publicados no site Uarevaá (link ali no lado) que feito por uma galera muito massa, com textos excelentes e que eu recomendo a absolutamente TODO MUNDO.Muito obrigado, Freud.

Vamos ver se agora vai. Obrigado pela sua visita.


Equipe Ó Visceras

Isso é o que eu chamo de um dia positivo!




Nada melhor do que começar os posts inéditos do "Ó Vísceras" com um dia positivo. O dia começa com o niver da minha linda namo, a Van. Meus planos deram certo, ela recebeu suas flores, adorou, fez inveja as colegas do trampo e ficou ainda mais apaixonada pelo gordinho sexy que vos fala. Depois disso, finalmente consegui ouvir, na íntegra, o novo disco do Metallica, Death Magnetic. Talvez seja por não esperar muito, talvez seja pela expectativa não ser nada promissora após os ridículos Load, Reload e Snt. Anger.


O fato é que o disco é FOOOODAAAA! Tem momentos que lembram os grandes discos clássicos. Tenha em mente o "And Justice for All" e o "Black Album". Mais tarde, após uma audição mais atenta e crítica, prometo uma análise faixa a faixa do disco, mas agora o fã Luiz Modesti está no comando e vai curtir um monte.


E quando o dia parecia bom o suficiente, não é que veio mais uma bela surpresa? E logo de onde eu menos esperava. Do Atlético. Depois daquela humilhante surra de cinta que o furacão tomou em Goias, que fez a galera REALMENTE acreditar na segunda divisão, quem corou todos os rubro-negros de vergonha, não é que a diretoria deu uma dentro? Contrataram o Messias da Arena, Geninho. Eeeeeeeeeeeee!
Até apostei com uma amiga que o Atlético acaba o brasileirão na frente dos coxinhas. Empolgação de fanático? Claro que sim, mas torcedor do Atlético anda tão pra baixo que qualquer boa notícia é motivo de festa. Uma coisa é certa, a galera estava esperando a tempos por isso, e garanto lotação máxima na arena como resposta.



Luiz Modesti é tão empolgado que pagou R$ 200,00 numa camisa da seleção logo depois do jogo contra Gana na copa. Lembram qual foi o jogo seguinte?

Guitar Hero é ilusão (e que delícia de ilusão)

Guitar Hero é ilusão (e que delícia de ilusão)
Por Luiz Modesti

Aviso. Esse não é um texto sobre games, e sim sobre o bom e velho Rock n’ Roll. Se você não gosta de rock, vai ler outra coisa. Ou então, UARÉVAA.

Muito já foi dito e comentado sobre as séries de games Guitar Hero e Rock Band, inclusive no Uarévaa (excelentes matérias feitas pelo Duende Amarelo, vale a pena conferir, É só clicar aqui e aqui ). Mas uma coisa que sempre me incomodou foi o fato de não ter lido nada do ponto de vista roqueiro.

Eu nunca fui lá muito fã de videogame. Pra mim, bastava um futebolzinho, um de corrida e tava tudo certo. Até que um dia um amigo meu me falou de um jogo que tinha as músicas de louco que eu gostava. Lá estava o gordo roqueiro destruindo carros em Rock n’ Roll Racing. Era até patético, eu jogando e cantando “Paranoid”, “Highway Star”, “Born to be Wild” e solfejando “Bad to the bonés”. Ali estava, finalmente, um jogo que me cativou. Claro, isso me custou à grana p/ comprar um Super Nintendo (só jogava na casa dos amigos) e muito tempo p/ jogar.
Lembrou do jogo? Não conhecia? Veja aqui



E o tempo passou. Fui envelhecendo e ficando mais rabugento. Videogame REALMENTE não era mais assunto do meu interesse, até que um outro amigo (valeu Ivan), num belo papo sobre bandas me falou q tinha tocado “Killin in the Name” do Rage agains the Machine. Como assim? Ele era tão capivara quanto eu se tratando de instrumentos musicais. Então, mais uma vez o gordo aqui foi arrebatado. Guitar Hero!Putaqueparil, que maravilha. O jogo, em si, é básico. Chega até a ser tosco. Mas tocar muitas das suas músicas prediletas é uma experiência quase orgástica. Pra minha sorte eu já tinha comprado, há algum tempo, um play para o meu irmão mais novo. Naquele dia ele perdeu o videogame. Confesso que já tentei aprender a tocar violão umas 800 vezes, mas meus dedos pequenos e gordos não ajudaram. Vai ver foi por isso que aprendi a cantar (Cérberos Ébrios, minha banda, em breve em mp3).

Na empolgação, raspei o cofre e comprei o joystick guitarra, além dos Guitar Hero I e II. Vale cada centavo. Eu REALMENTE me senti como Tom Morello, Ace Freley, Brian May e tantos outros guitarristas que sempre proveram meus ouvidos com o melhor. Conheci muitas bandas ali que hoje sou fã, como o Queens of the Stone Age e Butthole Surfers. A cabeça agitava ao ritmo da música, e quanto mais rápido e agressivo, melhor.

O legal disso tudo é que, diferente de outros jogos com gráficos arrebatadores e jogabilidade complexa, onde você tem de desvendar enigmas dignos de Sherlok Holmes ou destruir exércitos, liderar a sua gang contra os marginais da outra rua ou fazer o melhor ajuste no seu carro, aqui a única coisa que conta é a diversão. E como é divertido tocar a música que você mais gosta. Aquela da sua banda favorita, tocada de uma forma humilhante pelos outros e que você achou que NUNCA ia tocar. Vi os olhos de muitos amigos ficarem marejados enquanto jogavam. A música tem um poder gigantesco de encantar. Interagir com ela torna a experiência arrebatadora.

Duvida? Então experimente. Não se preocupe em tocar 100%, em ser o famoso viciado. Jogue só porque é legal. Jogue pra se divertir. E curta “Dream On”, tirada do Guitar Hero: Aerosmith.



Outro dia eu comento o porquê das gravadoras estarem apostando nesse formato de música como a salvação da lavoura e como o Metallica já está fazendo (mais) fortuna com os jogos.
Grande abraço e Up the irons!

Luiz Modesti é estudante de Comunicação Social e se aluga a escrever comentários nos posts do MdM e, na companhia de Davis Xavier e William Teca, escreve no recém-nascido Ohvísceras.



Materia originalmente publicada no Uarevaá, e foi bem massa!

Tropa de Elite de cabeça fria

Agora que o hype passou, que muito ja foi dito sobre os erros e acertos sociais, que ja se desenvolveram e se apagaram os Cap. Nascimento facts, é hora de analizar esse fenômeno do cinema brasileiro mais uma vez. É hora de :

TROPA DE ELITE, DE CABEÇA FRIA
Por Luiz Modesti


Vendo o filme hoje, sem o bafafá que absolutamente todo mundo fez, desde o Jabor ao Bugman, a visão que se tem do filme pode ser totalmente outra. José Padilha não fez um filme p/ fazer heróis. Ele fez um filme com linguagem de documentário. Ele joga os fatos, quem julga é o público. A narração em off do cap. Nascimento pode até te levar em algum momento, mas o comportamento malandro do cap. Fábio te mostram o outro lado da questão. Por mais q ele seja corrupto, malandrão e tal, ele conquista a simpatia do público com uma atuação brilhante de Milhen Cordaz. O típico policial que todo mundo ja teve o desprazer de conhecer em blits de trânsito e por ai afora. Mesmo sendo uma personagem anti-ética, ele é o arquétipo do policial que conhecemos.

Aqui cabe um adendo. Não é só nesse filme q a policia é vista assim. Desde Jorge Amado, Dias Gomes entre outros grandes autores da nossa literatura ja viam a polícia dessa forma. A cada cena que introduz o cap. Fábio, junto temos um sambinha denotando o malandro típico, como o “loirinho” Hugo Carvana. Diferente do policial que “pra rir, tem de fazer rir”, que só causa desconforto por cobrar por um direito do soldado. Então temos o confronto das visões de polícias no nosso folclore. Temos o “Senta o dedo nessa porra” X “Marimbondo, voa aqui!

E ai entramos em Roberto Nascimento, (sem maldade). Ele é um profissional a beira de um colapso. Não respeita nada na instituição para a qual trabalha, a não ser que seja a sua corporação. A fidelidade entre os membros do BOPE é canina, coisa que vem desde o treinamento exaustivo e humilhante que separa os melhores. Essa polícia Darwiniana não representa apenas o que ha de melhor e mais treinado na polícia. É tb o mais violento. E o Cap. Nascimento é a sua melhor representação.Mas então, por que diabos ele virou herói nacional?
Não é a narração em off nem a posição de comando no BOPE quem fez ele virar ídolo. Nem a direção de José Padilha ou a atuação de Wagner Moura. Foi o público!!! Duvida? Veja a tradicional “jornada do herói”. Quem se encaixa ai? Neto e Matias. Principalmente o Matias. O Cap. Nascimento tá mais p/ Obiwan do que p/ Luke. Isso pelo roteiro. Mas pra quem vive com medo de ser vítima de assalto, que ve o tráfico tomar conta de cada vez mais territórios e se sente sob a mira de uma arma a cada passo que da na rua, a figura de um Jack Bauer que não ve limites p/ o cumprimento do dever e a defesa da população é um alento.

O fato do filme ter vazado p/ a internet e ser top hits nos camelôs ser uma estratégia de marketing ou não é irrelevante. Eu lembro de alguns amigos me falando, muito tempo antes do lançamento oficial do filme no cinema, de que tinham visto um filme “massa véio”. A primeira coisa que todos falaram era sempre: “Cara, é um filmão de ação. Sério, tipo Jack Bauer e Bruce Willis”. Não botei fé, mas todos os que assistiram concordam que Tropa de Elite foram uma gigantesca evolução no cinema nacional. Finalmente tínhamos um filme de ação brasileiro, que caiu no gosto do público. Gírias cariocas tomaram as ruas. O BOPE virou um grupo de super-heróis, e nem estávamos no Rio de Janeiro. Tínhamos um blockbuster tupiniquim!

Mas, diferente dos arrasa-quarteirões Yankies o nosso é um grandioso filme em todos os sentidos. Direção, fotografia e atuações brilhantes como a muito não se via. O fato do filme ser um quase documentário, quase não se decoravam roteiros. As atuações são expontâneas. Esse é o tipo de filme que vai ter o seu devido valor reconhecido com o tempo. Tropa de Elite é um filme que foi guinado para o sucesso pelo clamor popular. Muito mais do que as críticas positivas dos meios de comunicação, a opinião do boca-a-boca fez desse filme um marco. Um filme que quis atirar num alvo (uma suposta crítica a violência policial), e q acertou em outros milhares de alvos. Quis ser um filme de ação e se tornou um desabafo popular.

Senta o dedo nessa porra!!!!!!!!



Matéria originalmente publicada no queridissimo Uarevaá, valeu Freud.